Ninguém sabe quem era aquele mendigo,
que às portas da guerra com as mãos estendidas e rendidas ao vento, de lábios
desarmados e sem ódio, com o corpo ferido por inúmeras batalhas, derramava
súplicas apenas pedindo: "por favor, um pedaço de paz!" Podia tratar-se
simplesmente de um pai ou de um homem comum a quem já não restasse outra coisa
se não coragem e esperança para tentar comover os militares com os farrapos da
sua dignidade.
O certo é que dele, agora só restam as
palavras escritas na parede de uma ruína com os lápis em sangue dos dedos,
dirigindo-se aos reis de todas as guerras: "Nuvens sem água levadas de um lado para o outro pelos ventos; árvores
do fim de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz; ondas
furiosas do mar, que lançam a espuma da sua própria vergonha; estrelas sem rumo
fixo, para as quais está reservada para sempre a mais profunda escuridão."
Bíblia: Judas 12-13.
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