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domingo, 6 de março de 2022

O Mendigo rendido

   

Ninguém sabe quem era aquele mendigo, que às portas da guerra com as mãos estendidas e rendidas ao vento, de lábios desarmados e sem ódio, com o corpo ferido por inúmeras batalhas, derramava súplicas apenas pedindo: "por favor, um pedaço de paz!" Podia tratar-se simplesmente de um pai ou de um homem comum a quem já não restasse outra coisa se não coragem e esperança para tentar comover os militares com os farrapos da sua dignidade.

O certo é que dele, agora só restam as palavras escritas na parede de uma ruína com os lápis em sangue dos dedos, dirigindo-se aos reis de todas as guerras: "Nuvens sem água levadas de um lado para o outro pelos ventos; árvores do fim de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz; ondas furiosas do mar, que lançam a espuma da sua própria vergonha; estrelas sem rumo fixo, para as quais está reservada para sempre a mais profunda escuridão." Bíblia: Judas 12-13.

 

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