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sábado, 21 de novembro de 2020

UM CAMINHO PARA ALÉM DAS PEDRAS


         Hoje fui até à beira do rio apanhar pedras, para escolher nas estradas de xisto um punhado de palavras que me permitisse construir um caminho onde os sentimentos e as emoções refletissem a beleza e a paz da paisagem, mas também a tranquilidade que se hospedara em mim. Neste lugar qualquer do planeta Terra tentei esquecer-me do mundo, mesmo que por vezes momentos, e criar a ilusão da liberdade. As andorinhas em voos rasantes, perfeitas como um fio de prumo, riscavam os bicos pela superfície da água. De quando em vez um peixe saltava  e suspenso no ar por milésimos de segundo aspirava a atmosfera.
        Subitamente, no meio daquela natureza simples e mansa, dei comigo a meditar nas miríades de pequenas coisas que nos podem fazer felizes. Mas para alcançarmos essa alegria, temos que passar a dar algum significado e consequência às nossas palavras, aos nossos juramentos e às nossas promessas, porque dizer que se Ama, não é o mesmo que sentir AMOR e demonstrá-lo.  

sábado, 14 de novembro de 2020

FIGURANTES E UM MUNDO DE VERDADE

 





FIGURANTES


        Fecha as cortinas meu AMOR e vamos dormir. Simplesmente adormecer sobre a erva macia dos sonhos, num sentimento paradisíaco de liberdade. Estou exausto da cena de mais um dia a representar um papel secundário no "teatro de operações" da vida. Somos apenas meros figurantes de um sistema de representação, onde o guião é escrito por profissionais de ficção que tatuam a dúvida na pele e na mente dos espectadores, de molde a que qualquer cenário seja uma perfeita ilusão. Os encenadores erguem palcos, como muralhas, em redor do mundo e nós representamos o medo. 

(Chamusca 14/11/2020)


UM MUNDO DE VERDADE


        Abre as cortinas meu AMOR, para o sol nascer dentro de nós. Deixa a girafa lamber o teu rosto  e os pássaros pousarem sobre os fios do teu cabelo, numa intimidade natural. Daqui podemos observar os campos que estão prontos para a colheita, semeada unicamente pelo trabalho das nossas mãos. Mas se quiseres podes vestir o vestido branco e ir rebolar nos prados verdes, pintados num cenário colorido de malmequeres e margaridas. Ou montar a Pérola, a égua mansa que pasta na paisagem e cavalgar nos cascos da liberdade. Podes simplesmente ficar aqui comigo a fazer AMOR, representando apenas a serena e tranquila realidade, onde não existe a ficção, a ilusão, a encenação, o palco de um qualquer "teatro de operações", mas tão somente a sublime existência de um mundo de verdade.

(Chamusca 14/11/2050)