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terça-feira, 8 de novembro de 2011

LIVRO DE POESIA "REDES" EM ANGOLA




É com enorme satisfação que acolho o facto do meu livro de Poesia "Redes" ter sido escolhido para fazer parte do catálogo de obras, de várias editoras, que as Edições Cosmos estão a apresentar e a comercializar em Angola.
Mais do que a gratificação do meu trabalho, significa que efectivamente a poesia é um pássaro de asas soltas no coração dos homens, que atravessa o tempo e a distância com um fraterno esvoaçar de sentimentos.
Precisamente nesse sentido, gostaria de partilhar a mensagem da contracapa do livro e um poema que consta do mesmo e que não são apenas frases ou versos mas, sobretudo, gritos de liberdade e de esperança.

Contracapa

Como peixes pescados pela malha apertada e insensível da vida, debatemo-nos com a culpa na alma e os gestos presos de solidão.
Só a liberdade do Amor nos pode salvar e rasgar as redes que nos tolhem os sentimentos.
Portanto, rasguemos as redes com o coração feliz.

Poema

Chamem um Palhaço 

Chamem um palhaço.
Chamem com urgência
o S.O.S.,
o 112,
uma ambulância,
mas por favor
chamem também um palhaço.
É que este povo
está a morrer de um ataque profundo
de stress e de tristeza
e necessita receber uma transfusão de energia
e o ritmo cardíaco de uma gargalhada.
Chamem um palhaço
para que a vida possa sorrir
um sorriso simples
e não ser apenas
um circo de feras,
contorcionistas e malabaristas,
devorados,
desequilibrados,
enrolados e enredados
num espectáculo infeliz de guerras,
suicídios
e cenas de sobrevivência.

Chamem um palhaço,
porque é preciso rir à gargalhada
para acordar do coma a alegria.

Vídeo da Declamação pela actriz Filomema Santos