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sábado, 8 de maio de 2021

A ALEGRIA DO MELRO NEGRO

           

       


       Na Vila da Chamusca as manhãs acordam com o chilrear afinado dos pássaros. Na cidade do Rio de Janeiro os dias do meu filho despertam com o metralhar angustiado dos tiros.

      E mesmo neste momento, um melro negro continua a alegrar a tarde de música, como uma sobremesa maravilhosa na paz do meu almoço, enquanto na cidade do Rio de Janeiro do bico das metralhadoras negras sai o ensurdecedor barulho da guerra alimentando a fome da morte.

        Mas eu sei que eu, tu, todas as pessoas, têm um melro negro dentro de si, por isso libertemo-nos das armas e soltemos da gaiola o canto feliz da esperança.

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