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quinta-feira, 2 de abril de 2015

(A)DEUS, ATÉ À ETERNIDADE



(A)DEUS, ATÉ À ETERNIDADE

        “És o Homem da minha Eternidade! Por isso me entrego ao coração de Deus! Sei que jamais aceitarias a minha ausência. Parto assim, enquanto dormes tranquilo na cama desfeita, pelos nossos corpos felizes, na derradeira noite de Amor.”
        Estremunhado, desesperado, paralisado pelo choque, sofrendo na incerteza de me encontrar ainda dormindo no interior de um pesadelo ou na dor da realidade!? O coração rasgando o caminho do peito, como um cavalo louco correndo em pânico, li e reli a mensagem que escreveste no guardanapo estendido sobre a torrada do pequeno-almoço, as palavras como nódoas escritas no enjoo da manhã.
        Partiste porque sabias que te amava! Que nunca, mas nunca te deixaria ir embora. Que se preciso fosse te prenderia, como um passarinho dourado, na gaiola do nosso apartamento.
        Decidiste! Entre o teu espírito e o meu corpo, escolheste a alma de Cristo! Senti-me traído e injustiçado porque trocaras a minha presença meiga e constante pela tua fé num milagre espiritual.
        Naquela hora, confesso, que te odiei. Porque não respeitaste o meu Amor e o maltrataste e me omitiste que o nosso relacionamento era apenas um estágio, uma preparação para conquistares no céu a Felicidade Eterna.
        Hoje, tantos anos passados sem sequer uma palavra trocarmos, sei que me amaste com a mesma devoção que dedicas à vida. Já há muito te perdoei e respeito a tua entrega, admiro e louvo o teu trabalho, quando leio notícias sobre ti ou te vejo na televisão, missionária em África, com as mesmas mãos apaixonadas, salvando vidas com a voluntária solidariedade do teu Amor.
      Hoje, que já nem és a Mulher/Amante da minha vida, sou somente aquele cada dia a ti mais dedicado, recebendo dos teus gestos de dádiva lições de humanidade. E quem sabe eu possa, assim, aprender a ser verdadeiramente um Homem e merecer nos encontrarmos como dignos Irmãos e Amigos, na PAZ e no AMOR da ETERNIDADE.

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