NÃO ENGANES O AMOR
De que serve o teu
corpo
nu e branco de lã
pintado sobre os
lençóis,
como uma ovelha
acordando entre a manta
de ervas húmidas
de ervas húmidas
e verdejantes da manhã,
espreguiçando-se num quadro
belo e artístico
mas de uma natureza morta
sem sentimentos?
Não enganes o Amor
com a suculência madura
dos teus seios,
o cheiro da tua pele
inebriada pela
fragrância do desejo,
a lareira quente do teu
sexo
onde arde a sedução.
Abre-te com carinho,
com os gestos simples
de quem despe o coração
e deita a alma das
palavras
sobre o peito daquele
que te ama.
Ele quer ficar contigo,
com a tua verdade
humana,
e não com a boneca
mecânica
programada para
fabricar a ilusão.
Não ouses enganá-lo
com a cegueira do
prazer,
porque o Amor é
generoso
e é tão humilde e
crente,
que a tua reles mentira
pode matá-lo de paixão.
Chamusca, 30/10/2013
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