Hoje vi um velhote vendendo laranjas à porta
de casa para sobreviver à solidão.
Frutas
doces para adoçar a amargura dum tempo de silêncio amargo.
Os
seus olhos amarelecidos pelo sol quente do dia e pelo estio dos anos eram a
única centelha de vida que iluminava a tarde desolada.
Desgraçadamente
eu não tinha dinheiro, nem tão pouco tive coragem para descascar uma simples
palavra que, apenas por um breve momento, fosse como um sumo agradável e
reconfortante para o seu coração.
Cobarde
e inútil, passei pelo velhote que vendia laranjas e somente trouxe a tristeza e
as cascas da sua solidão.
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