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sexta-feira, 22 de maio de 2020

UMA ROSA, DE VERDADE



     Somente eu sei que não me perdi no caminho. Os imprevistos acontecem! Mas é mais fácil aceitares a opinião que tens sobre o facto, do que acreditares na verdade. Por isso é inútil dizer-te que um idiota me apontou uma arma, para me tentar roubar o dinheiro que eu não tinha e que, depois, quando entrei naquele jardim para colher esta rosa, um homem desolado se dirigiu a mim para me contar com pormenores a doentia e trágica morta da sua noiva, falecida duas semanas antes do dia marcado para o casamento.
        Entre a violência, ou o roubo e a dor de um mundo cruel, apesar de tudo eu tentei que sobrevivesse o carinho. Por aquele homem enlutado, carente de ser confortado e receber um pouco de atenção e por ti, porque não já não havia tempo para chegar a horas ao encontro marcado contigo.
        Bem sei que se podem inventar histórias para facilitar a mentira, mas não é essa a situação. A verdade é que só esta rosa sabe a intenção porque a colhi. Não para te ser oferecida como um pedido de desculpas, mas unicamente para te agradar com a beleza e o perfume do genuíno AMOR.

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