Através dos seus olhos,
e só de olhar neles, me apercebo de uma poeira de lágrimas a tingir o rosto da
paisagem. Pequenos pés, sujos desta espécie de barro, deixam pegadas, desta
forma de sangue, ao longo do deserto dos caminhos, onde sequer uma árvore existe
para proteger da sombra negra do sol.
Tudo o que eu pensava
ser, o que imaginava capaz de fazer, o direito ao altruísmo que dizia possuir,
são apenas cegas desculpas perante a verdade que acabo de ver. Porque aquelas
mãos pequenas que se estendem para o vazio, apenas colhem o vento e o pó e
espremem em vão os seios secos de todos os dias.
Destaca-se o brilho dos
seus dentes, como lampejos de marfim, e nada mais.
Para aquelas crianças,
tudo o que resta é a esperança de um dia viverem a vida que Deus prometeu.
(A fome mata 8.500 crianças por dia.)
(A fome mata 8.500 crianças por dia.)
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