Coisas simples são aquelas a que me
agarro agora com as mãos quebradas pelo vazio. O coração numa dança solitária
procurando enlaçar-se no compasso da rua deserta. Os momentos todos preenchidos
pela melancolia deste dia a perder-se na insensatez da escuridão. Coisas
simples são as que procuro desesperadamente para sobreviver aos despojos de
mais uma batalha árdua e cruel. Não desejo dinheiro, tão pouco prazer ou poder,
apenas persigo aquele inesquecível momento de surpreendente ternura em que
lançaste o fio ao mar e um peixe brilhante suspenso do anzol das tuas delicadas
e frágeis mãos veio cair sobre as rochas. Naquele exacto momento a tua
esfuziante alegria preencheu-me a alma e o teu sorriso coberto de escamas foi a
suprema certeza do teu AMOR.
Coisas
simples são as que peço no meu dia a dia. Acredita que apenas preciso que
voltes a pescar um peixe e a sorrir, porque esses são os únicos e definitivos
sinais que me podes dar de que ainda me amas e que és feliz.
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