QUEM ME DERA MEU AMOR
Sentei-me à cabeceira da cama,
como um manequim
olhando através da montra da vida,
o tempo passar sobre os teus ombros nus
vestidos com a saliva
dos beijos adormecidos.
Com um cajado
de sombras e silêncio
seguro na ternura protectora do espírito,
guardando o rebanho
dos teus sonhos,
pensava:
Quem me dera meu Amor
que a chama do sangue
ardesse em labaredas eternas,
no fogo posto
do nosso desejo selvagem.
Quem me dera meu Amor
que o relógio terrível
que nos controla o dia-a-dia
e nos faz perder
a hora certa dos afectos
avariasse neste preciso momento
e ficássemos felizes para sempre,
apenas o coração batendo
no repique da paixão.
Chamusca,
31/10/2013
Sem comentários:
Enviar um comentário