Parou de chover por
momentos.
Cheira a terra molhada.
Os pássaros mergulham
nas poças
e deixam pegadas na
lama.
O dia nasce, cinzento,
na quietude sonâmbula
da manhã.
O silêncio é o que mais
surpreende
nesta Terra confundida
por ruídos.
Imagino que será outro
dia
igual a milhares que já
vivi,
vergado sob o peso da
tua ausência,
a única presença que dá
sentido
a toda esta solidão que
envolve o mundo.
Tanto carinho para dar,
tantas palavras meigas
para dizer,
tanto AMOR para fazer,
Tanta cumplicidade para
partilhar
e o comboio rasga as
paisagens,
acelerando cada vez
mais rápido,
afastando-se,
impondo a distância
entre nós.
Voltou a chover.
agora a humidade cobre
até a margem dos sentidos.
E um só pensamento me
corrói:
se
a vida é tão efémera
porque
desperdiçamos tanto AMOR.
Fotografia de Maria Filipe
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